quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Todo mundo quer cuidar de mim (ô musiquinha que deu certo...)

Eu fico quieta, quase não peço nada
E quando é sobre mim, eu fico calada
Todo mundo quer saber da minha história
Dizem que eu tô sempre tão desligada

Todos estão prontos pra me socorrer
E pedem que eu tome muito cuidado
E me dizem que viver é perigoso
E me pedem que eu não saia de casa

Todo mundo quer cuidar de mim
e na verdade o que eu quero é sair
Todo mundo quer cuidar de mim
e na verdade o que eu quero é cair

Eu fico quieta, quase não peço nada
E quando é sobre mim, eu fico calada
Todo mundo quer saber da minha história
Me perguntam se eu levei muita porrada

Tem sempre alguém querendo ouvir os meus problemas
Tem sempre alguém me perguntando como eu tô
E nem adianta dizer: "Não houve nada"
Talvez pareça que eu tô sempre cansada

domingo, 7 de agosto de 2011

Preguiça

Preguiça do mundo, preguiça de gente. Preguiça de mim.
Vontade de não me relacionar com humanos por uns dias. Bichos, tudo bem. E eu, que de mim não posso fugir.
Pra depois me acabar toda de novo, nesse ciclo shivariano que faz o mundo terminar e recomeçar a cada dia. Tem mesmo essa coisa de fênix. Não sei ainda porque sempre tenho que me desfazer, me arruinar, ir até o fundo de tudo pra acordar no dia seguinte e renascer das cinzas. É como ter que ir até o inferno só para ter algo pra comparar com o paraíso.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Olhos de Esfinge

Perdi muito tempo já na vida. E o jogo agora é não perder mais nem um segundo. Sempre me senti como se fosse duas pessoas dividindo o mesmo corpo, duas mentes numa mesma cabeça. Uma se revesando com a outra, uma sendo sufocada pela outra. Porque um raciocínio bem básico e patético me guiava: fazer tudo certo e correto, da melhor maneira possível (e impossível) para não ter nem criar confusão. E hoje, depois de todo esse tempo perdido, depois de muita frustração nas costas, depois de muitos tiros levados, hoje eu sei. Tudo o que já fiz, todo o esforço que já fiz, tudo, tudo, tudo isso é uma tremenda e completa porcaria.
Claro, não é querendo me justificar (bem pelo contrário, eu sei que fui e sou uma completa idiota), mas objetivava que gostassem de mim. Porque no fundo eu sempre soube quem e o que eu era. Eu sempre soube que havia brasas debaixo da chuva fina. Que opiniões minhas sobre alguns assuntos iam totalmente contra o que 'se constuma pensar', que por baixo de toda a aparência de serenidade, havia uma pessoa selvagem quando provocada. Então, nada mais natural do que tentar me misturar certo? Errado. E em pensar que demorei pacas pra me apresentar assim...'fofurinha'.
Porque se você for parar pra pensar, pouquíssimas pessoas gostam de você pelo o que você realmente é. Elas tendem a gostar da projeção delas mesmas que elas fazem em você. Então, ou você passa a vida toda agindo como um espelho daqueles que você gosta ou se cansa. No meu caso, não foi nem cansaço, mas aquela outra parte de mim (bem mais interessante e que a maioria acha indócil) querendo ficar realmente livre.
Ohh, a garota vai se revoltar agora!!! Não, nada disso. Não tenho mais saco e nem idade pra essas revoluções fakes de personalidade. Só não vou mais me preocupar tanto em agradar mais seu ninguém.
Porque as pessoas que valem algum sentimento seu vão continuar gostando de você, mesmo que você pinte seu cabelo de azul e pendure um abridor de latas na boca. Elas não precisam de espelhos. Nem de sombras. Elas têm mais o que fazer.
Nesse caso, não tendo outra alternativa além de ser o que eu sou, restam duas opções: me ame, ou me deixe. Me queira com tudo que tenho de bom e ruim, com todas as idiossincrasias e as pequeninas coisas que muitas vezes não consideram correto. Eu não escolhi e nem tenho culpa de ser cavalo selvagem: o fato de conseguirem cavalgar comigo depende unicamente da destreza de quem se atreve. Eu sou como um gato: variável, inconstante, mas sempre honesto. Uma vez que se sabe lidar com ele, é garantia de apego e carinho eternos. Caso contrário, arranhões e comportamento arredio são inevitáveis. Evitarei e ignorarei pessoas que não saberão lidar comigo. Se me quiserem por perto, é só me deixar ser. Porque cansei de ver rostos espantados. E de defender idéias de outros. Defenderei as minhas, porque elas só têm a mim para defendê-las.
Não me tomem por pretensiosa por escrever desse jeito sobre mim mesma. Há coisas que precisavam ser ditas.
Então decifra-me, ou te devoro. Sem dó nem piedade.

sábado, 23 de julho de 2011

Não É Mais Só Um Besteirol

A verdade sempre me fascinou. Mesmo quando eu era criança, nunca preferia as coisas contadas de maneira bonitinha (as coisas 'bonitinhas' tendem a serem falsas). Sempre quis saber a verdade nua e crua, fosse ela qual fosse. E sempre agi assim também. Acho que pra se viver de maneira decente e até pra se defender, é preciso saber o que de fato ocorre ou ocorreu, contra o que ou a favor do que se luta.
Eu sempre fui cristã, cresci católica, acreditei e acredito em Deus. Mas assim que comecei a pensar por mim mesma eu vi que a igreja católica deixava Deus perdido num total jogo de interesses, tradições bestas, política, um 'quid pro quo' sem fim.
Mais tarde comecei a frequentar a igreja evangélica e, realmente, lá conheci algumas pessoas verdadeiras e aprendi bem mais sobre Deus do que os anos que passei indo pra catequese.
Mas adivinha? Lá também tem jogos, interesses, pessoas ávidas por dinheiro que passam por cima da inocência (burrice) e fé dos outros pra fazer 'unzinho' fácil. Não me iludo, 99,9% são assim.
A história da humanidade está repleta de sangue derramando 'em nome de Deus', culturas inteiras exterminadas só porque usavam outros meios de conversar com Ele. E sabe por que tudo isso? Porque igrejas são feitas por homens e por isso, são imperfeitas (ou até podres, na maioria das vezes). São cheias de pessoas que estão lá não por amarem a Deus e sim por temerem o inferno. Entraram lá num momento de total desespero, numa tentativa de que Deus resolvesse todos os problemas delas a tal ponto de se esquecerem de fazer por si. São aquelas pessoas que se vestem de maneira respeitável, levam bíblias debaixo do braço, sentam nas primeiras fileiras, mas quando chegam em casa gritam com os filhos e a mulher e tratam todos com preconceitos, se achando os donos da razão. Não acredito nesse deus delas. Acho que Jesus também não.
Ele passou 3 anos aqui nessa terra pregando a tolerância, rindo da cara de religiosos emplumados que se achavam cheios de razão. Ele pregou uma nova ordem em que todos são iguais e amou a todos, independente de acreditarem nele ou não. E é assim até hoje.
Mesmo que eu não acreditasse Nele, eu respeitaria uma pessoa que fez o que Ele fez. Longe de igrejas, sentado no banco de praças, conversando com prostitutas, ladrões e bêbados, Jesus mostrou que ninguém deve ser condenado por ninguém. Se Ele não condenou porque eu vou fazer isso?
Rio da cara de crentes que me dizem com quem eu devo me relacionar. Rio da cara de crentes que dizem quem devem ser meus amigos. E rio bem mais alto quando crentes dizem como devo me portar. Porque esse tipo de gente são 'sepulcros caiados'.
Já me disseram que eu sou umas das poucas pessoas que pensam assim. E eu sei disso. E que, se eu não penso como a maioria, eu não sou como a maioria. Bom, não vai ser a primeira vez né.
Também sei que esse post vai desagradar um pouco quem ler, mas eu precisava escrever algo sobre o vídeo que eu vou postar aí em baixo, porque ele me mostrou que eu talvez não seja a única.

domingo, 3 de julho de 2011

No Love

It's a Mess

Nunca tive problemas pra dormir. Meus problemas começam justamente quando durmo. Pesadelos. Sempre me assombraram. Quando eu era criança, eles falavam de situações arrasadoras, sempre limitadas pelo universo infantil (morte de mãe, morte do bichinho de estimação, briga com a melhor amiguinha, etc). Quando cresci, eles ficaram bem mais complexos. Situações que me trouxeram muito sofrimento com pessoas que me trouxeram muito sofrimento reaparecem na minha mente e eu tenho que revê-las sem poder fazer nada. E essas imagens ficam gravadas na mente, mesmo depois que eu acordo, como uma maldita cicatriz. O que mais assombra é quando as pessoas do meu passado se misturam com as pessoas do presente... e é tudo tão real...
Quando criança eu sentia medo, hoje sinto raiva e desejo a morte dessas pessoas que me fizeram sofrer. Mas logo vem a concepção: elas não me fizeram sofrer. Eu mesma fiz isso comigo, me obrigando a conviver com esses seres que não valiam e nem valem a pena. E a minha punição é essa: conviver com esses fantasmas que vira e mexe assombram meu sono. Acordo uma bagunça mental. E cansada e sozinha.

sexta-feira, 17 de junho de 2011